A cura das estações da alma

Assim como na natureza, nossa vida parece ser feita de fases, existem dias que são iguais aos de verão: ensolarados e radiantes, caracterizados por momentos alegres e repletos de boas novidades. Já outros, como a primavera, são floridos, mas, o sol já não brilha com tanta intensidade, tudo parece caminhar bem, mas, alguns problemas começam a nos abater. Tem os dias de outono, em que as folhas caem e, com ele, o nosso ânimo também. Por fim, os dias de inverno, em que tudo parece frio e nublado e nutre-se um anseio pelos dias quentes. Nesses dias, a tendência é ficarmos mais recolhidos, introspectivos e, consequentemente, mais sensíveis ao nosso estado interior. O bom, na verdade, é quando passamos a estação de inverno, com nossos corações e alma em irradiante verão.

Já o contrário, quando o tempo frio também se faz presente no nosso estado de espírito, é uma fase complicada e que exige um bom cuidado com a nossa saúde espiritual. Nesse período, temos a sensação que as feridas na alma parecem estar abertas e em arrastado processo de cicatrização.

Todos nós passamos por momentos desagradáveis e, alguns, deixam marcas profundas. Na verdade, somos resultado de todas as experiências vividas, sejam elas boas ou ruins. Desde a infância, vamos armazenando uma carga de informações que resultam no que somos hoje. Então, com esse acúmulo, temos que tomar atenção redobrada para manter nossa qualidade de saúde espiritual, já que muitas pessoas, por acumularem uma carga negativa, vivem acorrentadas e escravizadas com os prejuízos das feridas emocionais. Se não tivermos atenção e manutenção com nossa alma, facilmente caímos em um estado espiritual lastimável; o que é completamente oposto à proposta de Jesus Cristo, deixada na cruz do calvário: “ Eu vim para que tenhais vida e vida com abundância”. (João 10:10-11)

Nessa vinda de Jesus a terra e morte na cruz do calvário, ele nos deu livre acesso a “farmácia espiritual”. Deus é o nosso médico e as prescrições estão no livro dos livros, a bíblia, ela está à sua disposição, na hora que você precisar. Porém, não a trate como enfeite ou apenas um livro. Ela além de falar da pessoa de Jesus, nos ensina como vivermos com o Espírito Santo, que é o nosso consolador. E, assim como é feito no juramento, em que os profissionais se comprometem em só receitarem algo quando tiverem contato com o paciente, ou seja, respeitando a individualidade de cada ser e não acreditando que o mesmo medicamento fará bem a todos, já que cada um tem um organismo, assim é Deus.Ele sendo o Dr. das nossas almas, que nos formou, que nos conhece antes de nascermos e já no ventre tinha cuidado com nossas vidas, faz questão de se relacionar e prescrever a medicação necessária para os mais variados problemas, situações, enfermidades e feridas do nosso ser.

Mas, para isso, você precisa querer se consultar com esse médico. Sujeitar seu estado de saúde emocional a ele, ter uma relação de confiança na sua habilidade de Criador, Pai e Amigo. Para essa relação ser plena e eficaz, ela é baseada na confiança no caráter de um Deus justo e bom, que tem prazer no nosso bem estar. Ele já tinha advertido que haveria tempos difícies. Que nos relacionaríamos com pessoas egoístas, avarentas, jactanciosas, arrogantes, blasfemadoras, desobedientes aos pais, ingratas, irreverentes, desafeiçoadas, implacáveis, caluniadoras, sem domínio de si, cruéis, inimigas do bem, traidoras, atrevidas, enfatuadas, antes mais amigas dos prazeres do que amigas de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe entretanto, o poder, conforme 2 Timóteo 3:1-5. E disse também que o amor de muitos esfriaria (Mateus 24:12). Entretanto, um ser supremo, nos deixou seu Espírito Santo e uma medicação preventiva: “Tenham bom ânimo, eu venci o mundo” (João 16:33). Deus conhece o sofrimento humano. E mandou seu filho a essa terra, para que passasse pelas mesmas dificuldades vividas por qualquer mortal. Contudo, baseado no seu exemplo de sucesso e vitória sobre momentos difíceis, Ele nos encoraja a enfrentar toda e qualquer situação com o melhor do nosso ânimo. Ele é o exemplo a ser seguido. E o dono de todas as situações. Conto-lhes um exemplo: passei por duas decepções com pessoas que jamais pensaria que fosse acontecer. Sabe quando você fala: “essa pessoa, jamais”, pois bem, uma foi no campo da amizade, já a outra, no profissional. A primeira me trouxe alem de um forte sentimento de frustração, um considerável prejuízo financeiro. No campo profissional, quiseram me ferir na alma, como se fosse um golpe mortal. Confesso que foram cicatrizes profundas, que se não tivesse o Espírito Santo, como Consolador, com certeza, estaria com emocional e espiritual bem comprometida. Por isso que lhes falo com propriedade: o Espírito Consolador, que mora dentro de mim, me ensinou, ajudou e confortou. Ele me deu ânimo e a certeza que estava cuidando das minhas emoções e alma. Então, mesmo quando passamos momentos em que as estações da alma parecem permanecer em constante inverno, o Espírito nos asjuda e clama a Deus por nós. Nele há esperança. Tudo isso só é possível pela morte e ressurreição de Jesus na cruz e hoje, o convite está sendo feito. Cabe a você aceitá-lo. Ninguém poderá fazê-lo em seu lugar. Creia nesta esperança, o inverno passará, as figueiras começarão a dar seus figos e as vides da vida mostrarão suas flores e exalarão seu aroma! A palavra de Deus é fiel e verdadeira, sua esperança não será frustrada (Lucas 18:7-8 / Hebreus 10:23).


Autoras: Daniela Urtado Bárbara de Souza